Pensar pra quê, se o prompt resolve!
Escrito por: Prof. Me. Ricardo Dias

Publicado em: 11/06/2025 às 22:30
Atualizado em: 13/06/2025 às 15:55
Pensar pra quê, se o prompt resolve!
Antes de tudo o que é prompt?
É aquela frase mágica que você digita na esperança de que a Inteligência Artificial entenda exatamente o que você quer, mesmo que nem você saiba direito.
É como pedir um prato num restaurante chique onde o garçom tem pós-doutorado em semântica e zero paciência para ambiguidades. Escreveu errado? Vai vir carne-de-onça de Curitiba, quando você queria mesmo era uma simples carne moída assada com pão de Maranguape. Escreveu vago? Vai receber e comer carne crua.
Não sei como será a luz no fim do túnel — ou melhor dizendo, o que nos espera no final dessa estrada enfiada goela abaixo pelas redes sociais e instrumentalizada pelas Big Techs.
Será a luz de um paraíso, mostrando uma vida que proporcione mais felicidade aos seres humanos? Ou será a luz de um trem a 1.000 km/h, carregado com trilhões de informações que, em 99,9% dos casos, não acrescentarão absolutamente nada de concreto às nossas vidas… se ainda formos capazes de raciocinar, é claro.
Vivemos atualmente quase que em um futuro pós-apocalíptico, como mostrado na série "The Last of Us", onde uma pandemia causada por um fungo, nos torna zumbis. Fomos atacados sim, por uma pandemia de um vírus virtual chamado Intelligentia artificialis. Será que somos "os últimos de nós?"
Hoje, a quantidade de informações que chega até nós é tão absurda, que me sinto tentando beber uns golinhos d’água numa cachoeira gigante. Vou me molhar todo, engasgar, quase me afogar… mas água mesmo? Só umas gotículas.
Sou de uma época em que curso de datilografia era um upgrade respeitável no currículo. De uma época em que os avanços tecnológicos aconteciam no ritmo das passadas de um musaranho — aquele menor mamífero do mundo, que a gente conheceu resolvendo palavras cruzadas. Hoje, os avanços vêm no pique de guepardos em caça, correndo pela gazela de cada dia.
A Inteligência Artificial — o novo Oráculo de Delfos com Wi-Fi — nos blinda com a incrível capacidade de não mais precisar pensar. De não mais precisar crescer com os degraus das pequenas conquistas de aprendizagem que nos fizeram, um dia, homo sapiens (ou quase).
A moda agora é caçar o melhor prompt do mercado do copiar-e-colar. É garimpar com os experts aquela pergunta mágica, a que trará a resposta mais assertiva, completa e perfeitamente moldada ao seu mundinho particular.
E já que é moda, não posso terminar sem criar um prompt para esse texto:
“ChatGPT, por favor, corrija o texto sem acrescentar uma palavra; vírgulas e crases, pode corrigir à vontade.”
Prof. Ricardo Dias
“Serra de Maranguape, pense num lugar bom!”